sábado, 27 de novembro de 2010

Neoplasia

Neuplasia é o termo que designa alterações celulares que acarretam um crescimento exagerado destas células, ou seja, proliferação celular anormal, sem controle, autônoma, na qual reduzem ou perdem a capacidade de se diferenciar, em consequência de mudanças nos genes que regulam o crescimento e a diferenciação celulares. A neoplasia pode ser maligna ou benigna.

Choque Cardiogênico

O choque cardiogênico é caracterizado por uma diminuição significativa da capacidade de bombeamento de sangue , por parte do coração . Tal fato , acarreta uma queda da pressão arterial (  pressão arterial sistólica  inferior à 90 mmHg ) e uma  inadequada irrigação dos tecidos do organismo .
A causa mais comum do choque cardiogênico , é  o infarto do miocárdio extenso ( ataque cardíaco ) , ou seja , aquele que danifica mais de 40% da massa muscular do ventrículo esquerdo ( a principal das quatro câmaras do coração). 
Causas:
- Infarto do miocárdio: o evento cardíaco mais comum  que leva ao choque cardiogênico , é o infarto  do miocárdio . Esta condição , caracteriza-se  pela morte de células do miocárdio , devido à uma interrupção significativa e prolongada da circulação do sangue para esse músculo ( obstrução de uma artéria coronariana ) . Um infarto do miocárdio , que compromete mais do que 40% do músculo cardíaco , pode levar a um choque cardiogênico.
Menos comumente , as complicações mecânicas de um infarto do miocárdio , como a insuficiência da válvula mitral ( aguda e grave ) , a comunicação interventricular ( o infarto leva a formação de um orifício anormal que comunica os ventrículos e deixa passa sangue ) ou uma ruptura cardíaca , geralmente cursam com choque cardiogênico.
Em um nível mecânico, há uma diminuição acentuada na contratilidade do coração , resultando em uma piora da função cardíaca ( "falha de bomba" ). Tal fato, acarreta uma diminuição da pressão arterial , má oxigenação nos tecidos e um acúmulo de líquidos nos pulmões ( edema pulmonar ). Além disso , a falta de irrigação dos tecidos , resulta na liberação de uma variedade de substâncias ( fatores depressores de miocárdio, histamina, bradicinina, tromboxane , citocinas , leucotrienos , ácido láctico, etc... ) , que afetam ainda mais a função cardíaca , agravando o estado de choque.
Estima-se que cerca de 5 a 10% dos casos de infarto  do miocárdio , cursem com choque cardiogênico com uma complicação.

Choque Hipovolêmico

Forma de choque; uma condição onde o coração é incapaz de fornecer sangue suficiente para o corpo devido a perda de sangue, distúrbio circulatório ou volume sangüíneo inadequado. A perda de aproximadamente um quito do volume sangüíneo normal, por qualquer causa, pode causar choque hipovolêmico. Isto inclui sangramento do intestino ou estômago, outros sangramentos internos, sangramentos externos (por cortes ou lesões) ou perda de volume sangüíneo e líquidos do corpo (como pode ocorrer com diarréia, vômitos, obstrução intestinal, inflamações,queimaduras e outros). O choque cardiogênico é uma forma similar de choque onde há volume sangüíneo adequado, mas o coração é incapaz de bombeá-lo.






segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Hemorragia

Hemorragia ou sangramento é a perda  sangue do sistema circulatório. A resposta inicial do sistema cárdio-circulatório  à perda aguda de sangue é um mecanismo compensatório, isto é, ocorre vasoconstrição cutânea, muscular e visceral, para tentar manter o fluxo sanguíneo para os rins, coração e cérebro, órgãos mais importantes para a manutenção da vida. Ocorre também um aumento da freqüência cardíaca para tentar manter o débito cardíaco. Assim, a taquicardia é muitas vezes o primeiro sinal de choque hipovolêmico. Como as catecolaminas provocam um aumento da resistência vascular periférica, a pressão diastólica tende a aumentar, ficando mais próxima da pressão sistólica. A liberação de outros hormônios nesta fase faz com que a pessoa fique extremamente pálida, com o coração disparado (taquicardia), e com o pulso fino e difícil de palpar (a pressão de pulso é dada pela diferença entre a pressão sistólica e diastólica). Apesar de todo este mecanismo compensatório, existe um limite além do qual o organismo entra em falência.

sábado, 6 de novembro de 2010

Hiperemia e Trombose

HIPEREMIA


Aumento do volume de sangue num tecido ou parte afetada. A hiperemia ativa ocorre quando a dilatação arterial e arteriolar produz aumento do fluxo de sangue na rede capilar, com abertura dos capilares inativos.
A hiperemia inativa resulta de distúrbios de ordem venosa.
1. Hiperemia Ativa: Causa maior rubor na parte afetada. A dilatação arterial ou arteriolar surge através de mecanismos neurogênicos simpáticos ou pela liberação de substâncias vasoativas. A hiperemia ativa da pele é encontrada sempre que é necessário a dissipação de calor do corpo excesso, como no exercício muscular e estados febris.
2. Hiperemia Passiva (congestão): Causa coloração vermelho-azulada nas partes afetas à medida que o sangue venoso é represado. O tom azulado é acentuado quando a congestão leva à aumento da hemoglobina desoxigenada do sangue (cianose).
A hiperemia pode ocorrer como um processo sistêmico ou localizado. A hiperemia localizada ocorre em ocasiões em que, por exemplo, o retorno venoso de sangue de uma extremidade é obstruído. A congestão da redes capilares está intimamente relacionada com o desenvolvimento do edema, assim, a congestão e o edema comumente ocorrem juntos.

TROMBOSE

é a formação de uma massa coagulada dentro do sistema cardiovascular. O trombo deve ser diferenciado de um coágulo. O desenvolvimento do coágulo sangüíneo claramente salva a vida quando um grande vaso se rompe ou é lesado. Todavia, quando há o desenvolvimento de um trombo no sistema cardiovascular não rompido, ele pode pôr a vida em risco. Os trombos podem:
1) Diminuir ou obstruir o fluxo sangüíneo, causando lesão isquêmica entre órgãos e tecidos.
2) Deslocar-se e fragmentar-se, criando êmbolos.

O êmbolo é uma massa sólida, líquida ou gasosa carregada pela circulação sangüínea para algum local remoto à origem ou de seu ponto de entrada dentro do sistema cardiovascular. A maior parte dos êmbolos se origina de trombos.

Infarto do Miocárdio

O infarto do miocárdio se dá quando o suprimento de sangue a uma parte do músculo cardíaco é reduzido ou cortado totalmente. Isso acontece quando uma artéria coronária está contraída ou obstruída, parcial ou totalmente.Com a supressão total ou parcial da oferta de sangue ao músculo cardíaco, ele sofre uma injúria irreversível e, parando de funcionar, o que pode levar à morte súbita, morte tardia ou insuficiência cardíaca com conseqüências desde severas limitações da atividade física até a completa recuperação.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Inflamação Crônica

A inflamação crônica dura semanas, meses ou anos, enquanto a inflamação aguda tem curta duração, horas ou dias.A inflamação aguda é caracterizada pelos fenômenos vasculares e exsudativos enquanto a inflamação crônica é caracterizada pelos fenômenos proliferativos, com formação de fibrose. As possiveis evoluções da inflamação aguda são:
•Resolução
•Cura por fibrose
•Progressão para inflamação crônica

Diferenças de Regeneração Cicatrização e Fibrose

Regeneração:Processo pelo quais as células que morreram, devido a agressão, são substituidas pelas células do parênquima do mesmo órgão, ou seja compreende o processo onde o tecido lesado é reposto por células da mesma origem daquelas que se perderam.
Cicatrização:Pode restaurar as estruturas originais, porém envolve a deposição de colágeno e a formação da cicatriz.
Fibrose:Processo em que as células lesadas não são substituídas por células parenquimatosas, más por tecido fibroso.

Lesão

Ocorre uma resposta celular e vascular.Pode ocorrer um estímulo removido(lesão aguda), que pode levar a uma morte da célula parenquimatosa,feridas superficiais e alguns processos inflamatórios que pode levar a uma regeneração.Alguns exemplos comuns como :regeneração hepática após hepatectomia parcial, feridas cutânias superficiais,reabsorção do exsudato na pneumonia lobar.Pode levar também a uma morte celula parenquimatosa(estrutura tecidial danificada), feridas profundas e levar a uma cicatrização.Alguns exemplos comuns como: feridas excisionais profundas, infarto do miocárdio.Ocorre também um estímulo de dano tecidual persistente que leva a uma fibrose(tecido cicatricial),alguns exemplos como: doenças inflamatórias crônicas como cirrose,pancreatite crônica,fibrose pulmonar.

Inflamação

A inflamação ou processo inflamatório é uma resposta dos organismos vivos homeotérmicos a uma agressão sofrida. Entende-se como agressão qualquer processo capaz de causar lesão celular ou tecidual. Esta resposta padrão é comum a vários tipos de tecidos e é mediada por diversas substâncias produzidas pelas células danificadas e células do sistema imunitário que se encontram eventualmente nas proximidades da lesão.A inflamação pode também ser considerada como parte do sistema imunitário, o chamado sistema imune inato, assim denominado por sua capacidade para deflagar uma resposta inespecífica contra padrões de agressão previamente e geneticamente definidos pelo organismo agredido. Esta definição se contrapõe à da imunidade adquirida, ou aquela onde o sistema imune identifica agentes agressores específicos segundo seu potencial antigênico. Neste último caso o organismo precisa entrar em contato com o agressor, identificá-lo como estranho e potencialmente nocivo e só então produzir uma resposta.

Cirrose

A cirrose é uma doença difusa do fígado, que altera as funções das suas células e dos sistemas de canais biliares e sanguíneos.É o resultado de diversos processos, entre os quais, a morte de células do fígado e a produção de um tecido fibroso não funcionante. Isto prejudica toda a estrutura e o trabalho do fígado. Após períodos variáveis de tempo, indivíduos com inflamações crônicas do fígado estão sujeitos a desenvolverem cirrose. Não é possível prever quais as pessoas com doença de fígado que terão cirrose. As causas mais comuns são: As hepatites crônicas pelos vírus B e C e o alcoolismo.

Fibroplasia

É um Processo de Fibrose.Ocorre:
 Migração e proliferação de fibroblastos na lesão- Proliferação de fibroblastos: há aumento de VEGF com formação de tecido de granulação responsável pelo aumento da permeabilidade vascular = formação de estroma provisório formado com crescimento de fibroblastos. Promovidos por IL-1, alfa-TNF, beta-TGF e PDGF.
 Deposição de matriz extracelular: colágenos são importantes na resistência da cicatriz.

Cicatrização

Nosso organismo é freqüentemente lesado por agentes agressores. Traumatismos mais ou menos graves, desencadeados de diferentes maneiras, destroem zonas do corpo, que a partir desse momento necessitam reparação. A pele, sendo a região mais periférica e superficial, é a mais freqüentemente lesada. Como envoltório de estruturas internamente situadas, apresenta uma resistência maior que os órgãos envolvidos.
Se considerarmos um músculo, ou uma porção de intestino, ou outro órgão qualquer, a pele é mais forte, com exceção, é claro, dos ossos que têm uma grande resistência e podem ser considerados os mais vigorosos do corpo. Denomina-se cicatrização ao fenômeno pelo qual o organismo tende a reparar uma porção lesada. Se um agente agressor causa um dano em um local, imediatamente ocorre uma série de fenômenos que visam à reorganização daquela zona e desenvolvem-se numa mesma ordem, com o objetivo de reparação. Para o entendimento dos diferentes fenômenos que ocorrem durante esta reparação, será descrito o processo de cicatrização de uma lesão na pele.  Este fenômeno da hemostasia ocorre nos primeiros minutos após a lesão e tem como objetivo impedir a perda sangüínea.  A partir do momento da lesão até os primeiros dois dias ocorre a denominada fase inflamatória, que se caracteriza pela saída de leucócitos de dentro dos capilares (fenômeno da diapedese), com o objetivo de “limpeza” (pela fagocitose) das partículas que ficam alojadas na zona de lesão. Este fenômeno (fagocitose) permite que micróbios, outros fragmentos teciduais e corpos estranhos possam ser retirados da zona traumatizada. Ao mesmo tempo em que estes fenômenos estão ocorrendo existe uma proliferação dos capilares com um aumento do seu número, permitindo um acréscimo no conteúdo sangüíneo que chega à região. Com o extravasamento líquido na zona ferida ocorre um edema (inchume), que dá o aspecto externo aumentado à zona de lesão. A cor avermelhada regional, nas zonas em cicatrização tem estas características por causa da vasodilatação e aumento do número de capilares. Junto com estes fenômenos, na porção mais superficial da pele existe um intenso aumento das multiplicações celulares (mitoses) que possibilitam o preenchimento desta zona lesada com células epiteliais. Estas células tendem a fechar e impermeabilizar a zona ferida. Todos estes fenômenos até aqui descritos ocorrem nas primeiras 24 horas após a lesão.

Regeneração

Organização tecidual com substituição das células mortas ou lesadas por novas células, idênticas às originais.Diferentes tipos celulares quanto ao poder de proliferação: da esquerda para direita, de cima para baixo: célula epitelial de mucosa bucal (células lábeis); glândula salivar (células estáveis); tecido nervoso periférico (células permanentes); tecido muscular (células permanentes). Regeneração promove a restituição da integridade anatômica e funcional do tecido. Todo o procedimento regenerativo se realiza em tecidos onde existem células lábeis ou estáveis, isto é, células que detêm a capacidade de se regenerar através de toda a vida extra-uterina (por exemplo, células epiteliais, do tecido hematopoiético etc.); por intermédio da multiplicação e organização dessas células origina-se um tecido idêntico ao original. Além dessa condição, a restituição completa só ocorre se existir um suporte, um tecido de sustentação (como parênquima, derma da pele etc.) subjacente ao local comprometido. Esse tecido é o responsável pela manutenção da irrigação e nutrição do local, fatores essenciais para o desenvolvimento da regeneração dentro dos padrões normais.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Classificação e nomenclatura dos tumores

Verificam-se formas de crescimento celular controladas e não-controladas. A hiperplasia,
a metaplasia e a displasia são exemplos de crescimento controlado e serão analisadas posteriormente.
As neoplasias correspondem às formas de crescimento não-controladas e, na prática, são
chamadas de “tumores”.
A palavra tumor tem um significado mais amplo na prática, representando um aumento
de volume dos tecidos que, inclusive, pode não ser provocado por uma proliferação neoplásica
verdadeira.
No estudo das neoplasias, a primeira dificuldade enfrentada é a sua definição, pois ela se
baseia nos aspectos descritos da morfologia e biologia do processo. Como alguns desses aspectos
vêm se modificando à medida que os conhecimentos evoluem, também as definições se modificam.
Hoje, define-se a neoplasia como sendo “uma proliferação anormal de tecido que foge parcial
ou totalmente ao controle do organismo, tendendo à autonomia e à perpetuação, com efeitos
agressivos sobre o hospedeiro” (PÉREZ -TAMAYO, 1987; ROBBINS, 1984).
Várias classificações foram propostas para as neoplasias. A classificação mais utilizada leva
em consideração dois aspectos básicos: o comportamento biológico e a histogênese.
Tumores benignos e malignos
De acordo com o comportamento biológico, os tumores são divididos em benignos e malignos
(observe o quadro 4). Uma das etapas mais importantes do estudo das neoplasias é estabelecer
esta diferença. Algumas vezes esta diferença não é fácil de ser estabelecida e, nestes casos,
adotamos o nome de tumores limítrofes ou bordeline.
Os critérios que permitem estabelecer com segurança o diagnóstico são, na maioria dos casos,
morfológicos:
• Encapsulação - Os tumores benignos geralmente não têm cápsulas verdadeiras,
e sim pseudocápsulas fibrosas que se formam em decorrência da compressão dos tecidos
vizinhos pelo crescimento lento e expansivo do tecido tumoral. Já no caso dos tumores
malignos, o crescimento rápido, desordenado e infiltrativo do tecido não permite a formação
das pseudocápsulas.
• Crescimento - Como todas as estruturas orgânicas, os tumores também têm
parênquima, representado pelas células que os estão originando, e têm estroma, representado pelo tecido conjuntivo, vascularizado, que constitui a estrutura da sustentação e
o veículo da nutrição do parênquima. Os tumores benignos freqüentemente exibem crescimento
lento e expansivo, possuindo um estroma adequado, com um bom suprimento
vascular, raramente mostrando necrose e hemorragia. Os tumores malignos, ao contrário,
pela rapidez e desorganização no crescimento, pelo caráter infiltrativo e pelo alto
índice de multiplicação celular, geralmente apresentam uma desproporção muito grande
entre o parênquima tumoral e o estroma vascularizado. Tal comportamento explica
a razão por que, com freqüência,
esses tumores exibem áreas extensas de necrose ou
hemorragia.
A capacidade invasiva das neoplasias malignas é a principal responsável pela dificuldade da
erradicação cirúrgica das mesmas.
• Morfologia - As células parenquimatosas dos tumores exibem graus variados
de diferenciação. As dos tumores benignos (figura 34) são bem diferenciadas e reproduzem
o aspecto das células do tecido original. Raramente observam-se atipias nas neoplasias
benignas. Já as células dos tumores malignos (figura 35) apresentam menores
graus de diferenciação e, conseqüentemente, não reproduzem as características dos tecidos
que as originaram. Desse modo, as células malignas mostram caracteres morfológicos
que se afastam, em grau variado, daqueles da célula de origem.
As alterações anaplásicas são mais evidenciadas nos núcleos das células, caracterizandose
pelo pleomorfismo nuclear, com variação de forma, tamanho e cromatismo, assim como pelas
modificações da relação núcleo/citoplasma, pela proeminência dos nucléolos e pelo espessamento
da membrana nuclear.

sábado, 11 de setembro de 2010

Pigmentações Patológicas

É a alteração no grau de pigmentação do interior das células. O acúmulo anormal de pigmentos ou a sua diminuição também são indicativos de que a célula sofreu agressões. Uma pigmentação anormal é mais um sinal de perda da homeostase e da morfostase celular, portanto, é patológica.A  pigmentação patológica pode ser exógena, cujos pigmentos são de origem externa ao organismo, ou endógena, formada a partir de pigmentos naturais do corpo.

Metaplasia

Metaplasia é uma alteração reversível quando uma célula adulta, seja epitelial ou mesenquimal, é substituída por outra de outro tipo celular. Pode ser interpretado como uma tentativa do organismo de substituir um tipo celular exposto a um estresse a um tipo celular mais apto a suportá-lo. Por exemplo, uma forma comum de metaplasia, o epitélio pseudoestratificado colunar ciliar do trato respiratório, submetido cronicamente a irritação pela fumaça do cigarro, passa a ser do estratificado pavimentoso. Deficiência de vitamina A, doença do refluxo gastroesofágico, litíases, entre outros fatores, também podem levar à metaplasia. Embora a metaplasia leve ao surgimento de um epitélio mais apto ao ambiente hostil geralmente isto se dá às custas de perdas. No caso do trato respiratório, o epitélio substituto (metaplásico) é desprovido da capacidade de secreção de muco e da ação ciliar. Portanto, a metaplasia representa geralmente uma mudança indesejada.

sábado, 4 de setembro de 2010

CÁLCULO RENAL OU UROLITÍASE

A urolitíase ou cálculo renal (pedra no rim) desenvolve-se quando o sal e as substâncias minerais contidas na urina formam cristais, os quais aderem-se uns aos outros crescendo em tamanho. Estes cristais usualmente são removidos do corpo pelo fluxo natural da urina, mas em certas situações, aderem ao tecido renal ou localizam-se, em áreas de onde não conseguem ser removidos. Estes cristais podem crescer variando desde o tamanho de um grão de arroz até o tamanho de um caroço de azeitona. A maior parte dos cálculos inicia a sua formação dentro do rim, mas alguns podem deslocar-se para outras partes do sistema urinário, como o ureter ou a bexiga e lá crescerem.

CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA.

É a Incrustração de sais em tecidos previamente lesados, com processos regressivos ou necrose


A pinça destaca uma placa de ateroma calcificada, que se desloca da túnica íntima (PI). Esse quadro caracteriza um estágio avançado de ateroesclerose.
  Como o próprio conceito enfatiza, a calcificação distrófica se relaciona com áreas que sofreram agressões e que apresentam estágios avançados de lesões celulares irreversíveis ou já necrosadas. Nesse último caso, por exemplo, é comum observar calcificações distróficas nas paredes vasculares de indivíduos senis com ateroesclerose, cujo processo se caracteriza por presença de necrose no endotélio vascular devido à deposição de placas de ateroma.
A patogenia da calcificação distrófica ainda não está bem estabelecida; algumas teorias foram criadas em função dos fatores que regulam as calcificações normais, como a teoria dos sabões, aplicável para a ateroesclerose.

ÚLCERA DE PRESSÃO

A úlcera de pressão pode ser definida como uma lesão de pele causada pela interrupção sangüínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma pressão aumentada por um período prolongado. Também é conhecida como úlcera de decúbito, escara ou escara de decúbito. O termo escara deve ser utilizado quando se tem uma parte necrótica ou crosta preta na lesão.A úlcera de pressão se desenvolve quando se tem uma compressão do tecido mole entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado. O local mais freqüente para o seu desenvolvimento é na região sacra, calcâneo, nádegas, trocânteres, cotovelos e tronco. São vários os fatores que podem aumentar o risco para o desenvolvimento da úlcera de pressão como: imobilidade, pressões prolongadas, fricção, traumatismos, idade avançada, desnutrição, incontinência urinária e fecal, infecção, deficiência de vitamina, pressão arterial, umidade excessiva, edema.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Osteoporose

O que é osteoporose?

Osteoporose é a doença óssea metabólica mais freqüente, sendo a fratura a sua manifestação clínica. É definida patologicamente como "diminuição absoluta da quantidade de osso e desestruturação da sua microarquitetura levando a um estado de fragilidade em que podem ocorrer fraturas após traumas mínimos". É considerada um grave problema de saúde pública, sendo uma das mais importantes doenças associadas com o envelhecimento. A fratura de femur é a consequência mais dramática da osteoporose. Cerca de 15% a 20% dos pacientes com fratura de quadril morrem devido à fratura ou suas complicações durante a cirurgia, ou mais tarde por embolia ou problemas cardiopulmonares em um período de 3 meses e 1/3 do total de fraturados morrerão em 6 meses. Os restantes, em sua maioria, ficam com graus variáveis de incapacidade. Em aproximadamente 20% dos casos pode ser identificada uma doença da qual a osteoporose é secundária e nos 80% restantes os pacientes são portadores de osteoporose da pós-menopausa ou osteoporose senil. 

Como se desenvolve a osteoporose?
O remodelamento ósseo é um processo contínuo de retirada de osso para o sangue e formação de osso novo, ocupando 20 a 30% do esqueleto a cada momento. Através do remodelamento, o tecido ósseo substitui células velhas por novas (o que ocorre em todos tecidos) e o organismo pode dispor de elementos importantes que são armazenados nos ossos, como o cálcio.
Os osteoclastos são as células responsáveis pela reabsorção durante o remodelamento.
osteoporose 1No início de cada ciclo de remodelamento os osteoclastos escavam o osso, formando lacunas na sua superfície e cavidades no seu interior. Após cerca de duas semanas os osteoclastos são deslocados pelos osteoblastos que em um período aproximado de três meses preenchem a área absorvida com osso novo.
Até aproximadamente 30 anos de idade a quantidade de osso reabsorvido e reposto é igual. A partir daí, inicia-se um lento balanço negativo que vai provocar, ao final de cada ativação das unidades de remodelamento, discreta perda de massa óssea. Inicia-se, portanto, um lento processo de perda de massa óssea relacionada com a idade - osteoporose senil - no qual, ao longo de suas vidas, as mulheres perderão cerca de 35% de osso cortical (fêmur, por exemplo) e 50% de osso trabecular (vértebras), enquanto os homens perderão 2/3 desta quantidade.
osteoporose 2Além desta fase lenta de perda de massa óssea, as mulheres têm um período transitório de perda rápida de osso no qual a queda de estrógenos circulantes, que ocorre desde a pré-menopausa, desempenha papel importante. O período transitório de perda rápida pode se manter por 4 a 8 anos, nos quais a perda óssea chega até a 2% ao ano. O osso trabecular é metabolicamente mais ativo e mais responsivo às alterações do funcionamento do organismo o que pode explicar porque, neste tipo de osso, a perda óssea inicia-se, em ambos sexos, na terceira década e a massa total de osso declina 6 a 8% a cada 10 anos. Também a resposta à queda estrogênica é mais intensa, havendo grande aceleração do remodelamento ósseo e perda de 5 a 10% de massa óssea ao ano em 40% das mulheres - osteoporose da pós-menopausa.
Observam-se, portanto, dois padrões distintos de alterações no funcionamento das unidades de remodelamento que levarão à osteoporose. Um é lento e dependente da idade - osteoporose senil - e relacionado com defeito na formação óssea; os osteoclastos produzem lacunas de profundidade normal ou até menores, mas os osteoblastos são incapazes de preenchê-las completamente.
Já as modificações que ocorrem com a queda de estrógenos levam a um remodelamento onde há maior número de osteoclastos e cada um produz uma cavidade mais profunda; também há aumento da atividade dos osteoblastos que tentam corrigir o defeito mas não conseguem, caracterizando o remodelamento acelerado onde a atividade de reabsorção é maior e, no final de cada ciclo, haverá um declínio significativo de massa óssea - osteoporose da pós-menopausa.

sábado, 21 de agosto de 2010

Isquemia

Isquemia é definida como sendo o fluxo arterial insuficiente para manter as funções normais teciduais, isto é a diminuição de nutrientes (glicose, oxigênio, proteínas,vitaminas, enzimas, etc) para os tecidos e o retardo na retirada dos metabólitos. A isquemia pode ser total quando o fluxo arterial for insuficiente para manter a vida celular ou tecidual, ou parcial que mantém a viabilidade celular, porém com risco de evoluir para a morte celular, dependendo da nobreza do tecido e do tempo em isquemia. Já a hipóxia é somente a diminuição de oferta de oxigênio aos tecidos, mas, também é lesiva aos tecidos. .A isquemia de membro aguda é qualquer decréscimo agudo ou piora da perfusãodo membro causando potencial ameaça à viabilidade da extremidade.

Apoptose por Causas Patológicas

Indução à apoptose por lesão do material genético celular. Isto pode ser causado por estímulos radioativos, químicos ou virais. Quando a lesão causada ao DNA é maior que a capacidade da célula de revertê-la, é mais seguro para o organismo que o programa de morte celular seja ativado, já que a multiplicação de uma célula mutante pode dar origem a tumores. Lesão por isquemia ou hipóxia moderadas podem levar as células de determinado tecido tanto à necrose quanto à apoptose. Muitos estímulos à morte celular por necrose também desencadeiam a morte celular por apoptose.

sábado, 14 de agosto de 2010

Necrose

Pode-se definir necrose como as alterações morfológicas que acontecem após a morte celular em um tecido vivo, devido à ação progressiva de enzimas nas células que sofreram uma lesão letal. A necrose é o correspondente macroscópico e histológico da morte celular causada por uma lesão exógena irreversível. Assim que a célula morre, ela ainda não é necrótica, pois esse é um processo progressivo de degeneração. As células necróticas não conseguem manter a integridade da membrana plasmática, extravasando seu conteúdo e podendo causar inflamação no tecido adjacente.

Morfologia da Necrose

Morfologicamente, as células necróticas apresentam um aumento da eosinofilia, devido à perda da basofilia causada pelo RNA no citoplasma normal e devido também ao aumento da ligação da eosina às proteínas plasmáticas desnaturadas. O citoplasma apresenta vacúolos e o citoplasma com um aspcto corroído, podendo haver calcificações. As células mortas podem ser substituídas por grandes massas de fosfolipídeos, denominadas figuras de mielina, que serão posteriormente fagocitadas por outras células ou degradadas em ácidos graxos. As células necróticas são vistas ao microscópio eletrônico com descontinuidade de membranas plasmáticas e organelas. Dilatação acentuada das mitocôndrias, com densidades amorfas e figuras de mielina intracitoplasmáticas. A fragmentação inespecífica do DNA leva a alterações nucleares que podem aparecer na forma de três padrões: cariólise (DNA em degradação, diminuição da basofilia nuclear), picnose (encolhimento do núcleo e aumento da basofilia, pela condensação do DNA) cariorréxis (fragmentação do núcleo, com seu posterior desaparecimento).

Padrões Morfológicos da Necrose

Há vários padrões morfológicos de necrose, sendo os principais: necrose de coagulação, necrose liquefativa, necrose caseosa e necrose gordurosa. A necrose de coagulação acontece caracteristicamente quando da morte celular por hipóxia em todos os tecidos, à exceção do cérebro. Nesse tipo de necrose, predomina a coagulação protéica, e tende a acontecer em tecidos com alto teor de proteínas. Os tecidos afetados apresentam uma textura firme. A acidose intracelular desnatura proteínas e enzimas, bloqueando a proteólise celular. Há manutenção da arquitetura básica e contorno das células por, pelo menos, alguns dias. A necrose de liquefação é característica de infecções, pois essas promovem o acúmulo de células inflamatórias; e também da morte por hipóxia do sistema nervoso. Esse tipo de necrose ocorre quando há o predomínio de liquefação enzimática; acontece quando o tecido tem grande teor gorduroso. As células mortas são completamente digeridas e há transformação do tecido em uma massa viscosa A necrose caseosa é uma forma distinta de necrose de coagulação, encontrada comumente em focos de tuberculose. Esse termo é derivado da aparência branca, semelhante a queijo, da área necrótica. Essa área, nos focos tuberculosos, é cercada por uma borda inflamatória (reação granulomatosa). A necrose gordurosa se refere a áreas de destruição de gordura que ocorre como resultado da liberação de lípases pancreáticas ativadas na cavidade abdominal, quando de uma pancreatite aguda, por exemplo. A maioria das células necróticas e de seus fragmentos acaba desaparecendo, devido à digestão enzimática e à fragmentação, seguidas da fagocitose por macrófagos e leucócitos. Se essa fagocitose e destruição dos restos celulares necróticos não ocorrer rapidamente, sais de cálcio e outros minerais podem ser atraídos, acontecendo calcificação no local. Esse fenômeno é denominado calcificação distrófica.

sábado, 7 de agosto de 2010

Patologia da Acne

A acne vulgar é uma enfermidade inflamatória da unidade pilossebácea da pele, caracterizada inicialmente pela presença de um cômedo, comedão ou “cravo”. Essa estrutura ocorre pela obstrução do orifício de saída da unidade pilossebácea, com acúmulo de secreções, restos celulares e algumas vezes um ácaro: o demodex foliculorum. A acne ocorre mais frequentemente em jovens e adolescentes, sendo possível caracterizá-la como fisiológica em muitos casos pela frequência com que ocorre nessa faixa etária 1 . Estes dois dados - inflamação com origem comedoniana e faixa etária jovem as principais características clínicas da acne. Estima-se que 80% da população sofre de algum tipo de acne durante a vida 1 . A acne é frequentemente, uma manifestação temporária da puberdade, correlacionando-se mais com a idade puberdal do que com a idade cronológica. Entretanto pode acompanhar o indivíduo até os 30 anos de idade, especialmente no sexo feminino. O comprometimento severo é mais comum no sexo masculino 2 .Vários são os fatores que influenciam a gravidade do quadro e o seu surgimento. Porém a elevação da carga hormonal com as modificações características da pele são os principais responsáveis. É possível que a acne possua componente genético na conformação do folículo, facilitando a obstrução 3 . A severidade das lesões é variada, desde cômedos isolados até nódulos dolorosos e cicatrizes deformantes, o que justifica a procura dos pacientes e a preocupação do médico.

Fisiopatologia

Quatro são os principais pilares da patogênese da acne: a comedogênese (formação do cômedo), a produção de sebo, a colonização bacteriana pelo Propionibacterium acnes (P. Acnes) e o processo inflamatório. Os dois primeiros são diretamente favorecidos pela mudança dos padrões estruturais da glândula por estímulo hormonal, que geralmente ocorre na adolescência e em distúrbios hiperandrogênicos. As glândulas pilossebáceas uma modificação fundamental para o processo de formação da acne. Há uma hipertrofia de toda a glândula decorrente da ação androgênica sobre sua estrutura, não necessariamente levando à formação de acne, mas criando condições para a formação do cômedo. Uma hiperproliferação no
infundíbulo da glândula (porção epidérmica) forma uma “rolha” e oclui o óstio ductal, impedindo a drenagem do sebo normalmente produzido pela glândula e favorecendo a comedogênese. Além da barreira mecânica produzida pelo cômedo, existe também uma hiperestimulação androgênica para a produção da secreção sebácea. A produção de sebo retida pelo cômedo oclusivo propicia a colonização principalmente bacteriana pelo P. acnes e a instalação do processo inflamatório e infeccioso em toda a glândula. Os pacientes com acne têm glândulas sebáceas maiores e produzem mais sebo que indivíduos sem acne, que praticamente não têm o P. acnes na flora cutânea 4 .

Manifestações clínicas

O diagnóstico da acne é clínico e se estabelece por uma mescla de lesões localizadas principalmente na face, dorso e no tórax. As lesões devem ser pela presença do cômedo, que pode ser fechado, com aspecto esbranquiçado, geralmente medindo de 1 a 2mm; ou aberto, de cor enegrecida devido à oxidação das gorduras e aumento da deposição de melanina por atividade dos melanócitos. podendo evoluir com a formação de pústulas circunscritas de até 1cm de diâmetro.Cistos, nódulos e abscessos correspondem a uma fase avançada da acne, tendo tamanhos variados. Esses frequentemente drenam secreção purulenta e deixam cicatrizes, que podem ser uma consequência natural das lesões inflamatórias, ou o resultado da manipulação das lesões pela destruição das células germinativas localizadas na região mediana do folículo.Além do período da adolescência, a acne pode ocorrer também em outras fases da vida. A ação dos andrógenos maternos nas primeiras seis semanas de vida é responsável pela acne neonatal 4 . A acne infantil é mais comum em meninos e se inicia entre o terceiro e sexto mês de vida, pelas secreções de andrógenos gonadais. A acne do adulto é mais freqüente em mulheres (acne da mulher madura), sendo uma continuação da acne da adolescência ou tendo início na idade adulta. Na acne da mulher madura o quadro se exacerba com o ciclo menstrual e pode estar associado a outros sinais de hiperandrogenismo, como seborréia, acne, hirsutismo e alopecia. Outras variantes incluem a acne escoriada, fundamentalmente de origem neurótica ou psicótica; a acne estival ou do verão, que ocorre após a exposição solar, e a acne cosmética, decorrente do uso de produtos tópicos oclusivos 5 .

Classificação clínica

A acne vulgar pode ser dividida em inflamatória e não-inflamatória, conforme as lesões predominantes, podendo ser graduada de I a V conforme a gravidade do quadro.A acne grau I, não inflamatória ou comedoniana, apresenta predomínio de cômedos. A acne inflamatória é responsável pelos graus II, III, IV e V. Na acne grau II há predomínio de lesões pápulo-pustulosas além dos cômedos. Na acne grau III nódulos e cistos podem ser observados . A acne grau IV ou conglobata é uma forma severa da doença com múltiplos nódulos inflamatórios, formação de abscessos e fístulas. Uma forma rara e Acne grau I,  aspecto clínico do cômedo, comedão oucravo e pápulas. Pápulas eritematosas e sólidas com até 1cm de diâmetro podem ocorrer ao redor dos cômedos, que indica atividade inflamatória da doença, Além da barreira mecânica produzida pelo cômedo, existe também uma hiperestimulação androgênica para a produção da secreção sebácea. A produção de sebo retida pelo cômedo oclusivo propicia a colonização principalmente bacteriana pelo P. acnes e a instalação do processo inflamatório e infeccioso em toda a glândula. Os pacientes com acne têm glândulas sebáceas maiores e produzem mais sebo que indivíduos sem acne, que praticamente não têm o P. acnes na flora cutânea 4 .

Manifestações clínicas

O diagnóstico da acne é clínico e se estabelece por uma mescla de lesões localizadas principalmente na face, no dorso e no tórax. As lesões devem ser caracterizadas pela presença do cômedo, que pode ser fechado, com aspecto esbranquiçado, geralmente medindo de 1 a 2mm; ou aberto, de cor enegrecida devido à oxidação das gorduras e aumento da deposição de melanina por atividade dos melanócitos podendo evoluir com a formação de pústulas circunscritas de até 1cm de diâmetro. Cistos, nódulos e abscessos correspondem a uma fase avançada da acne, tendo tamanhos variados. Esses freqüentemente drenam secreção purulenta e deixam cicatrizes, que podem ser uma conseqüência natural das lesões inflamatórias, ou o resultado da manipulação das lesões pela destruição das células germinativas localizadas na região mediana do folículo.Além do período da adolescência, a acne pode ocorrer também em outras fases da vida. A ação dos andrógenos maternos nas primeiras seis semanas de vida é responsável pela acne neonatal 4 .A acne infantil é mais comum em meninos e se inicia entre o terceiro e sexto mês de vida, pelas secreções
precoces de andrógenos gonadais. A acne do adulto é mais freqüente em mulheres (acne da mulher ma-dura), sendo uma continuação da acne da adolescência ou tendo início na idade adulta. Na acne da mulher madura o quadro se exacerba com o ciclo menstrual e pode estar associado a outros sinais de hiperandrogenismo, como seborréia, acne, hirsutismo e alopecia. Outras variantes incluem a acne escoriada,
fundamentalmente de origem neurótica ou psicótica; a acne estival ou do verão, que ocorre após a exposição solar, e a acne cosmética, decorrente do uso de produtos tópicos oclusivos 5 .

Classificação clínica

A acne vulgar pode ser dividida em inflamatória e não-inflamatória, conforme as lesões predominantes, podendo ser graduada de I a V conforme a gravidade do quadro.4 A acne grau I, não inflamatória ou comedoniana, apresenta predo-mínio de cômedos. A acne inflamatória é responsável pelos graus II, III, IV e V. Na acne grau II há predomínio de lesões pápulo-pustulosas além dos cômedos. Na acne grau III nódulos e cistos podem ser observados. A acne grau IV ou conglobata é uma forma severa da doença com
múltiplos nódulos inflamatórios, formação de abscessos e fístulas. Uma forma rara e grave, de instalação abrupta, acompanhada de manifestações sistêmicas (febre, leucocitose e artralgia), é a acne fulminante ou grau V.Um aspecto a ser considerado na dimensão da severidade da acne é o grau de sofrimento psicossocial do paciente 1 . O período da adolescência é conturbado pelas diversas modificações corporais
e psicológicas. Muitas vezes o aparecimento da acne favorece quadros de depressão e fobia social. Geralmente, o diagnóstico de acne vulgar não é difícil, o quadro clínico é bastante típico, com lesões e sintomas locais característicos e ausência de manifestações sistêmicas. Os principais diagnósticos diferenciais envolvem: foliculites, rosácea, dermatite perioral, erupções acneiformes e tumores benignos como: hiperplasia sebácea, siringoma e esclerose tuberosa.